À RODA COM Jorge Mealha Costa

Rita Roque • out. 16, 2023

 sente-se connosco à roda de oleiro!

Por estes dias chegou-nos ao atelier uma peça do ceramista Jorge Mealha, para quem não conhece, pode aproveitar e sentar-se connosco à roda de oleiro e ficar a saber um pouco deste artista tão especial.


Considerado como um dos principais artistas em Portugal, na área da cerâmica, Filho de mãe algarvia, nasceu em Maputo, Moçambique, onde mais tarde iniciou a sua formação em Artes Plásticas no “Núcleo de Arte de Lourenço Marques”, onde estudou sob a orientação de Frederico Aires e António Quadros, tornou-se bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, o que lhe permitiu, em 1970, estudar na Fábrica de Cerâmica da Viúva Lamego, sob o professor Querubim Lapa.

O seu percurso profissional começou em Moçambique, tendo inicialmente às áreas da decoração de interiores, cerâmica e escultura. Depois de revolução de abril de 1974, regressa a Portugal, mais precisamente a Porches e mais tarde a Lagos.


As suas obras são marcadamente inspiradas em temas da natureza, como os animais, tendo algumas das suas peças uma vertente religiosa. Segundo o próprio, apesar de ter nascido em Moçambique, foi criado e educado em ambientes portugueses, pelo que mostrou uma reduzida influência africana nos seus produtos. Além de temas naturais, também criou várias peças decoradas com motivos geométricos e figuras humanas. Exerceu igualmente como professor de cerâmica, tendo um dos seus mais destacados alunos sido Ricardo Lopes, cujas obras demonstram a influência de Jorge Mealha. 


Participou em várias exposições em Portugal e no estrangeiro, tanto a nível individual como coletivo, tendo diversas obras suas sido guardadas em coleções privadas e públicas. Deixou um grande número de trabalhos, inseridos em vários planos urbanos e de arquitetura, como espaços públicos, unidades hoteleiras, estabelecimentos bancários, residências particulares, aeroportos, e instalações industriai. Também esteve representado na Alemanha pela Galerie Gerhard. Algumas destas obras foram feitas em Lagos, incluindo o Padrão Comemorativo do 10 de junho, inaugurado em 1996, os painéis de azulejos no acesso à Ponte da Marina, e vários passeios em calçada portuguesa. Foi considerado pela revista alemã Entdecken Sie Algarve como um dos mais importantes ceramistas em Portugal, e deixou-nos no ano de 2021, mas como todos os artistas, a sua arte continua viva, e ao nosso dispor para a podermos gozar.

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