A Historia entra sem pedir licença!

Rita Roque • set. 06, 2023

Quem passa pelo Atelier Rita Roque nunca sabe quem e o que pode encontrar!



Desta feita...

Mais uma vez,

Esperando ser sempre surpreendida por este cliente, Pedro Inácio, que já o sinto como amigo da casa, de ideias e novos projetos!

Trouxe consigo uma peça bastante curiosa, que me prendeu o olhar, a curiosidade e espanto!

Ainda sem saber ao certo o porquê de tanto magnetismo...

É verdade!

Entrou no meu atelier uma peça que conta estórias e pertence à  Historia da Europa e do Mundo!

Desculpem o sensacionalismo mas estou rendida a esta peça, não só pela historia que carrega mas essencialmente pelo rigor técnico que lhe confere um beleza especial.


O busto que veem é do escultor Walter E. Lemcke, foi um escultor alemão, que executou sobretudo peças em bronze, nascido na Polónia em 19 de agosto de 1891 em Prellwitz, hoje Przelewice perto de Człopa ; e faleceu em 1955 em Berlim.


A obra artística de Lemcke é situada num período de grande tensão socio-política que abrangeu a República de Weimar, o Terceiro Reich e a Alemanha do Pós-guerra.



Estudou escultura no Kunstgewerbemuseum em Berlim onde montou um pequeno estúdio após a Primeira Guerra Mundial. Atingiu notoriedade no final dos anos 1920, pelos seus nus de figuras femininas, tendo exposto alguns dos seus trabalhos em exposições de arte em Berlim e Düsseldorf. Os seus trabalhos mais famosos são o sino olímpico (em colaboração com Johannes Boehland) e a tocha olímpica, ambos desenhados para os Jogos Olímpicos de Berlim em 1936.





Desenhou também para os Jogos Olímpicos de Berlim, uma corrente de ouro usada pelos membros do Comité Olímpico Internacional, inspirado na Grécia antiga, constituída por seis medalhões ao longo da corrente representando vários atletas e um medalhão maior com a cabeça de Zeus.


Lemcke produziu inúmeras peças que retratavam águias, o símbolo nacional alemão entre as quais duas grandes esculturas no recém-construído edifício do Ministério da Aviação em Berlim. No final da Segunda Guerra Mundial, as esculturas foram removidas do que hoje é o Detlev-Rohwedder-Haus.


Talvez a estátua de águia mais importante esculpida por Lemcke tenha sido aquela que ficava no telhado do Aeroporto Tempelhof de Berlim. Projetado por Ernst Sagebiel e implementado por Lemcke, tinha 4,5 m de altura e era visível a muitos quilómetros de distância. Em vez de segurar uma suástica nas suas garras, como era usual na época, a águia segurava um grande globo terrestre para simbolizar a universalidade do aeroporto. A escultura foi fundida em ferro antes de ser tratada de modo a ter o aspeto do bronze. Em 1962 a estátua foi removida para dar lugar à instalação de novos equipamentos de radar. Da escultura original resta a sua cabeça que foi erguida em 1985 pela Força Aérea dos EUA na orla da Praça do Transporte Aéreo, também denominada "Praça da Águia".


O busto de uma velha senhora em terracota que está para restauro no atelier, foi modelada pelo artista no ano de 1936 e tratar-se-á de peça única, desconhecendo-se a existência de múltiplos bem como de quaisquer outras esculturas executadas pelo artista recorrendo a este material.

Muitas das suas esculturas estão atualmente expostas em jardins públicos e museus por toda a Alemanha.

Após a 2.º Guerra Mundial Walter Lemcke não foi associado ao regime nazi, no entanto, foi gradualmente caindo no esquecimento, tendo produzido poucas obras esculturais até à sua morte em 1955.

#conservaçãoerestauro

#terracota

#alemnha

jogosolímpicos




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